Nós costumávamos ser assim, meio sem esperança. Sem nome nem
sobrenome. Apenas sem.
Nunca fomos. Sem música ou refrão, sem tom ou timbre, sem
composição... Sem tempo. Sem fala nem audição, sem palavra nem palavrão. Sem
raio, chuva ou trovão. Apenas sem.
Certamente sem voz, sem escapatória, sem vitória, sem
glória... Eles disseram que eramos sem vida, sem alma, sem calma. Tão sem
sentido, doido varrido e sem ser proibido. Apenas sem.
Fomos ser sem vergonha, travesseiro nem fronha. Sem teto nem
falhas, migalhas ou pão. Apenas sem palavras. Apenas sem ritmo. Apenas tudo
isso escrito em uma canção.
Éramos, fomos, somos apenas... Sem.
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