segunda-feira, 21 de abril de 2014

Sem

Nós costumávamos ser assim, meio sem esperança. Sem nome nem sobrenome. Apenas sem.
Nunca fomos. Sem música ou refrão, sem tom ou timbre, sem composição... Sem tempo. Sem fala nem audição, sem palavra nem palavrão. Sem raio, chuva ou trovão. Apenas sem.
Certamente sem voz, sem escapatória, sem vitória, sem glória... Eles disseram que eramos sem vida, sem alma, sem calma. Tão sem sentido, doido varrido e sem ser proibido. Apenas sem.
Fomos ser sem vergonha, travesseiro nem fronha. Sem teto nem falhas, migalhas ou pão. Apenas sem palavras. Apenas sem ritmo. Apenas tudo isso escrito em uma canção.
Éramos, fomos, somos apenas... Sem.

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